A Saga de São Paulo

A Saga de São Paulo


I
No início, em terra amena,
São Paulo vivia assim:
Da cana fazia a cena,
Com o ouro em sonho afim.
Nos sertões, bandeiras vinham,
Rumos novos que seguiam.

II
Agricultura singela,
O sustento mal rendia.
O açúcar já se revela,
Mas o lucro não subia.
Faltava um prumo seguro,
E São Paulo seguia duro.

III
No século dezoito inteiro,
Partiam-se expedições.
Buscando o ouro primeiro,
Exploravam os sertões.
A pobreza ali reinava,
Riqueza não se achava.

IV
No fim desse tempo antigo,
O café veio a brilhar.
Mudou-se o rumo e o abrigo,
Fez a terra prosperar.
Com Dom Pedro na ação,
Surgia a Independência, então.

V
O café trouxe progresso,
Estradas a se expandir.
Aboliu-se o retrocesso,
Imigrantes a insistir.
Escravidão se acabou,
E nova era começou.

VI
São Paulo virou destino,
Para muitos a chegar.
Com o braço do peregrino,
Indústrias foram brotar.
Estradas novas surgiam,
E as vilas se expandiam.

VII
Com a queda do Império,
O café deu direção.
Revolução no mistério,
Chegou a industrialização.
A República se fez,
Marcando nova altivez.

VIII
A política do café,
Com leite a se revezar.
Paulistas firmes de pé,
Mineiros a governar.
O progresso dividiam,
E ao Brasil conduziam.

IX
A ferrovia ampliava,
E o interior crescia.
Cada trilho anunciava,
Que a vida enfim se erguia.
O apito da indústria vinha,
Com a classe operária novinha.

X
Energia na paisagem,
A Light veio gerar.
No século, nova imagem,
Com indústrias a brotar.
De 30 a 40, avanço,
Foi São Paulo em seu remanso.

XI
A crise bateu à porta,
Mas o café resistiu.
O operário, que se importa,
A indústria ele assistiu.
Automóveis já surgiam,
E as fábricas se expandiam.

XII
A Revolução de Trinta,
Pôs fim ao mando paulista.
Mas sua força distinta,
Mostrava o que ainda insista.
Em 32, a batalha,
Por liberdade, a muralha.

XIII
Chegaram ao rio Paraná,
Os trilhos sempre a crescer.
O Estado, sem recuar,
Viu sua força a florescer.
Imigrantes de todo lado,
Um mosaico foi formado.

XIV
Na ditadura imponente,
Getúlio impôs seu poder.
Depois, num marco presente,
Democracia a nascer.
São Paulo seguiu crescendo,
Seu espaço foi vencendo.

XV
O café trouxe bonança,
Com a crise já vencida.
A indústria, nova esperança,
E a economia erguida.
A partir dos anos 50,
A força paulista se aumenta.

XVI
Automóveis no cenário,
Com metalurgia em ação.
São Paulo, visionário,
Conduzia a nação.
O parque industrial se fez,
Com o progresso outra vez.

XVII
Nos campos do interior,
Colheita sempre a brilhar.
Nas cidades, com vigor,
Fábricas iam se instalar.
São Paulo era o coração,
Do progresso em construção.

XVIII
Cultura multifacetada,
De sessenta povos vem.
Imigrantes dão a entrada,
E o crescimento não tem.
Línguas, cores, tradições,
Unidas em mil ações.

XIX
Nas escolas se firmava,
O saber para avançar.
Com tecnologia, inovava,
E mais sonhos a plantar.
São Paulo, em sua essência,
Era força e resistência.

XX
Revoluções urbanísticas,
Mudaram todo lugar.
A cidade, com conquistas,
Não parava de inovar.
Elétricos bondes a passar,
E o futuro a se mostrar.

XXI
Das fábricas o apito,
Indicava o novo tempo.
O trabalho dava o rito,
E erguia-se o intento.
A classe média surgia,
Com operários em harmonia.

XXII
Na República, o modelo,
Deu sinais de esgotar.
Mas São Paulo, em seu zelo,
Seguiu firme a inovar.
O café e a indústria em combo,
Forjaram o Estado em um tombo.

XXIII
Hoje, orgulho da nação,
Segue a terra a produzir.
Com progresso em sua mão,
E o futuro a construir.
São Paulo, gigante erguido,
Segue firme e destemido.

XXIV
Seu passado é sua glória,
O presente é sua luz.
Com trabalho e muita história,
Seu exemplo nos conduz.
O futuro é a promessa,
De quem luta e não tropeça.

XXV
E assim canto com fervor,
A terra que faz sonhar.
São Paulo, em seu labor,
Segue sempre a prosperar.
Com café, imigrantes, chão,
Fez-se o pilar da nação.

Ivaldo Fernandes

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