Por: Ivaldo Fernandes
Na praia de Ponta Negra,
Em Natal, terra tão bela,
Há um projeto a começar,
Que muitos querem na tela.
Uma obra tão aguardada,
Que traz a areia e sela.
A engorda da praia é dita,
Por muitos como solução,
Para o mar que avança forte
Com grande erosão.
Alargar a faixa de areia
É o plano, é a missão.
Foi no mês de junho, enfim,
Que o pedido foi feito, então,
Para a licença ambiental
Que garantiria a ação.
O Idema, órgão atento,
Recebeu tal solicitação.
Tinha 120 dias
Para a licença liberar,
Mas enquanto o prazo corria,
O povo a esperar.
Sem saber se a obra inicia,
Sem saber se vai começar.
Setenta e três milhões,
Um valor alto de fato,
É o preço da empreitada
Que a cidade quer de imediato.
A DTA Engenharia,
Quem vai comandar o ato.
Cinco meses de trabalho,
Após a obra iniciar,
É o tempo calculado
Para a praia alargar.
E o povo de Natal
Espera o mar controlar.
A obra, porém, parou,
Ficou sem data definida,
Faz quinze dias que está
Com sua ação interrompida.
A prefeitura espera agora,
Um laudo que dê saída.
Funpec foi quem entrou,
Com a pesquisa e o estudo.
Aguardando o tal parecer,
Pra resolver o conteúdo.
Mas enquanto isso passa,
O tempo deixa tudo mudo.
Em julho, dia vinte e três,
O Idema enfim se moveu,
Emitindo a licença,
Com 83 regras deu.
Condições que limitavam,
O caminho se acendeu.
Foi só em agosto, afinal,
Que a obra teve o sinal.
Após o longo impasse,
Começaram a mexer no local.
Mas mesmo com a licença,
Ainda havia o vendaval.
Chegou setembro, então,
E nova paralisação.
O Idema não sabia,
Foi um baque sem razão.
A obra parou de novo,
Causando frustração.
O plano é muito claro,
Criar um grande aterro,
Quatro quilômetros de areia,
Entre o Morro e o seu berro.
A Via Costeira espera,
Ver se o projeto é ferro.
A faixa de areia há de ser
Cem metros na maré baixa,
Cinquenta na cheia terá,
O mar não mais ameaça.
Mas enquanto isso não anda,
O povo só relaxa.
A areia vem de longe,
Sete quilômetros no mar,
De uma jazida submersa,
De lá vão transportar.
Trazem para Ponta Negra,
Para o solo alargar.
O enrocamento já foi feito,
Grandes blocos ali estão,
A engorda é a etapa final,
Pra cumprir a solução.
A cidade e seus turistas
Esperam a conclusão.
É obra de R$ 80 milhões,
Investimento sem igual,
Com parceria federal,
E da gestão municipal.
Mas com tantos vai e vem,
A obra parece surreal.
O mar, com sua força,
Avança sem piedade.
Degrada as praias lindas,
Dessa nossa majestade.
E a obra vem para salvar,
Manter viva essa cidade.
Mas que confusão, se vê,
Ora vai, ora retorna,
Uma hora a obra anda,
Noutra para, faz-se a norma.
Ponta Negra espera ansiosa,
Pelo dia que transforma.
A população já pergunta,
Quando enfim vai terminar?
Quando a obra se completa?
Quando a areia vai chegar?
E enquanto esperam respostas,
O mar segue a desgastar.
Uns dizem que vai rápido,
Outros falam de incerteza.
Com tantas paralisações,
Tudo gera estranheza.
Será que a obra engrena?
Ou será só uma tristeza?
A DTA promete
Que quando tudo iniciar,
Em cinco meses a praia
Estará no seu lugar.
Mas até que isso comece,
O povo fica a pensar.
A verdade é que o mar
Não espera decisão,
Se a obra vai ou não vai,
É preciso solução.
Se não agir com pressa,
A erosão traz destruição.
A praia de Ponta Negra,
Postal da capital,
Depende desse projeto,
Pra manter seu visual.
Pois o turismo e a beleza
São sua força principal.
Entre licenças e laudos,
O tempo segue a correr.
A obra vai? A obra volta?
O que é que vai acontecer?
A prefeitura, o Idema,
Precisam logo resolver.
O turista que aqui chega,
Quer a praia admirar,
Quer ver o Morro do Careca,
Quer na areia passear.
Mas com o avanço do mar,
Tudo pode se apagar.
Resta a todos aguardar,
Que o projeto tenha fim.
Que a obra se complete,
E a cidade, enfim, assim
Tenha sua praia de volta,
Com o turismo sem ter fim.
Ponta Negra é tão querida,
Seu nome é tradição.
É o coração de Natal,
Pelo qual há devoção.
Que a obra se conclua,
Sem mais paralisação.