por: Ivaldo Fernandes
Em oitenta e seis o Brasil,
Foi à Copa com paixão,
Sonhava com o tetracampeão,
Liderado na missão,
Por Telê, mestre de campo,
Que buscava a redenção.
Naquele México quente,
O Brasil ia brilhar,
Zico, Sócrates, e Falcão,
Vinham prontos pra lutar,
Com Careca no ataque,
A vitória conquistar.
Na primeira fase então,
O Brasil foi arrebentar,
Com a Espanha jogou firme,
Conseguiu logo ganhar,
E com um placar seguro,
Começava a avançar.
A Argélia enfrentou depois,
Com vitória garantida,
Três a um no placar certo,
Nossa vaga já comprida,
No terceiro, Irlanda do Norte,
Foi mais uma vencida.
Passamos com perfeição,
Sem perder uma batalha,
O Brasil era o gigante,
Com sua força em muralha,
Mas a Copa reserva surpresas,
E o futuro às vezes falha.
Nas oitavas o desafio,
Era a Polônia a enfrentar,
E com quatro a zero claro,
Fomos logo despachar,
Careca e Sócrates juntos,
Faziam o time voar.
Nas quartas veio a França,
De Platini a comandar,
Um time forte e brilhante,
Que soube nos enfrentar,
Foi um duelo gigante,
Que fez o mundo parar.
Careca abriu o placar,
Com um gol cheio de classe,
Mas a França não cedeu,
Logo empatou, com disfarce,
Platini fez o empate,
E o jogo seguiu a face.
A disputa foi acirrada,
E chegou aos pênaltis então,
Com nervos à flor da pele,
E uma grande decisão,
Mas o destino cruel,
Deu à França a consagração.
Zico ainda tentou muito,
Mas seu pênalti perdeu,
Sócrates, em sua vez,
Também não correspondeu,
E o Brasil foi derrotado,
O sonho se desfez, morreu.
Foi uma dor imensa,
Ver o Brasil ali cair,
Tanta gente tinha fé,
De que a taça ia vir,
Mas o futebol é assim,
Feito de perder e sentir.
Telê Santana chorava,
Seu time era grandioso,
Mas a sorte não ajudou,
No caminho tortuoso,
E o Brasil foi eliminado,
Num jogo perigoso.
Careca foi o artilheiro,
Com seus gols a marcar,
Falcão, Sócrates, Zico,
Deixaram o time brilhar,
Mas a Copa cruelmente,
Fez o Brasil se dobrar.
A França foi adiante,
Mas o Brasil ficou aqui,
Com o coração partido,
E o desejo de reagir,
Pois a Copa de oitenta e seis,
Fez o povo se ferir.
No entanto, o que ficou,
Foi a paixão sem igual,
O Brasil nunca desiste,
Seu futebol é imortal,
Mesmo nas derrotas duras,
Segue sendo colossal.
A torcida continuava,
Com amor e devoção,
Cada passe, cada chute,
É motivo de emoção,
Pois no Brasil o futebol,
É mais que uma diversão.
Zico, o grande craque,
Ainda lutou com bravura,
Mesmo lesionado estava,
Jogou com força e ternura,
Mas o destino o traiu,
Nessa batalha tão dura.
Sócrates, com sua calma,
Guiou a seleção fiel,
Mas também não foi o dia,
Do doutor fazer o papel,
De conduzir o Brasil,
À vitória no chapéu.
Naquele ano o futebol,
Nos mostrou a lição clara,
De que nem sempre o talento,
É o que a taça declara,
Mas o que importa é a luta,
Que o coração dispara.
O México nos viu lutar,
Com garra, com coração,
Mas a França foi quem riu,
Com sua grande reação,
E o Brasil voltou pra casa,
Com tristeza e emoção.
Mas Telê Santana é grande,
Um técnico sem igual,
Que com sua filosofia,
Fez o Brasil fenomenal,
Mesmo sem ganhar o título,
Foi time monumental.
O legado dessa Copa,
Ficou vivo na lembrança,
De um futebol bonito,
Cheio de amor e esperança,
Que um dia, novamente,
Seria a nossa vingança.
A camisa verde e amarela,
Seguiu forte no gramado,
Mesmo com aquela queda,
O time foi respeitado,
Pois jogou com maestria,
Deixando o mundo encantado.
A Copa de oitenta e seis,
Não trouxe o sonho real,
Mas deixou pro mundo ver,
Que o Brasil é colossal,
E que um dia, sem dúvida,
Voltaríamos triunfal.
E assim seguimos em frente,
Com a cabeça erguida,
Porque o Brasil é forte,
E na batalha, destemida,
Sabe que a cada Copa,
Se renova a nossa vida.
A derrota não nos para,
É só parte do caminho,
Pois o futebol aqui,
É nossa força e carinho,
E no coração do povo,
Segue o sonho, devagarinho.
Oitenta e seis foi difícil,
Mas a história não acabou,
O Brasil sempre renasce,
Mesmo quando não ganhou,
Porque o futebol é arte,
Que no Brasil sempre reinou.