por: Ivaldo Fernandes
Em mil novecentos cinquenta,
Quatro anos já passados,
Foi no campo da Suíça
Que o Brasil foi convocado.
A Copa do Mundo espera,
O campeão desejado.
Naquela edição tão fria,
Com a neve a nos rondar,
Os jogadores do time,
Foram ao campo lutar,
Levaram o verde e o amarelo
Na esperança de ganhar.
Mas a jornada sofrida
Não foi fácil de enfrentar,
O Brasil com raça e garra
Foi ao campo batalhar.
Os olhos fixos na taça,
E o sonho a conquistar.
A primeira fase veio,
Com o México a derrotar.
Ernesto e Baltazar
Não deixaram de brilhar,
Foi três a dois no placar,
Com o Brasil a festejar.
Depois veio a Iugoslávia,
Um jogo duro e cruel,
Mas com o empate na luta,
Nos livramos do papel.
O Brasil seguiu em frente
Com a força do seu céu.
E a Hungria tão temida,
Veio no nosso caminho,
Com Puskás e seu time,
Nos bateu sem desatino.
Foi quatro a dois o placar,
Deixando-nos no destino.
A queda foi amarga,
O sonho não resistiu,
Mas o Brasil se manteve,
Sua história prosseguiu.
Ainda que derrotados,
O futuro reluziu.
Pelé ainda não tinha
Surgido na seleção,
Mas a semente plantada
Criaria o campeão.
A derrota de 54
Só moldou a paixão.
Pois ali se levantava
A nação do futebol,
O Brasil, com suas cores,
Nos campos e no sol.
Mesmo quando a derrota
Nos deixa em seu farol.
E assim a Copa passou,
Com a Hungria a brilhar,
Mas o Brasil não desiste,
Segue sempre a caminhar.
Cada Copa é um degrau
Para o topo alcançar.
E com o tempo viria
Nosso grito de vitória,
Em 58, a glória
Mudaria nossa história.
A derrota foi lição,
Rumo à eterna memória.
De 54 ficou
O gosto amargo, é verdade,
Mas também a esperança
De crescer com humildade.
E no futuro mostrar
Nossa imortalidade.
O Brasil que se ergueu
Nas batalhas do passado,
Em 54 sofreu,
Mas jamais foi derrotado.
Nas Copas que sucederam,
Nosso nome foi gravado.
De cada derrota, um salto,
De cada vitória, a fé,
Pois o Brasil, na sua essência,
Nunca perde o que é.
O futebol corre em veias,
Nossa força vem de pé.
Assim termina essa história,
Do Brasil que foi lutar,
Na Copa de cinquenta e quatro
Sem a taça conquistar.
Mas em cada derrota, o brilho
De um futuro a encontrar.
E o futuro chegou forte,
Com a nossa seleção,
Em Copas que nos ergueram,
Trouxeram realização.
O Brasil é vencedor,
Mesmo em cada decepção.
O Brasil na sua sina
Nunca para de sonhar,
Pois no campo de batalha,
Sempre há chance de ganhar.
E o futebol é poesia
Que nos faz sempre cantar.
De 54, um legado
De coragem e coração,
Mesmo sem levantar a taça,
Carregamos a paixão.
Pois o Brasil é gigante,
Nos campos e na nação.
Esse é o nosso cordel,
Sobre a Copa de outrora,
Onde o Brasil, ainda jovem,
Começava sua história.
E no campo ou no papel,
Nosso brilho não demora.