por: Ivaldo Fernandes
No ano de cinquenta e um,
O Brasil foi anfitrião,
Recebendo o mundo todo,
Com orgulho e emoção.
A taça estava no sonho,
E o Maracanã, na ação.
A guerra já havia findo,
O futebol renasceu,
E o Brasil, com sua força,
Todo o campo percorreu.
A Copa veio brilhando,
E o país se engrandeceu.
O Maracanã gigante,
Foi palco dessa jornada,
O Brasil já preparado,
Com a torcida animada.
Era o sonho da vitória,
A taça tão esperada.
Com Zizinho e Ademir,
A seleção foi lutar,
A Copa seria nossa,
Era o povo a sonhar.
Os craques no campo a brilhar,
E o estádio a vibrar.
O caminho até a final,
Foi de pura consagração,
Vitórias sobre seleções,
Que temiam a nação.
O Brasil vinha imbatível,
Com a taça na visão.
Da Suécia ao Uruguai,
Muitas equipes caíram,
No Maracanã, o grito,
De vitória se sentiram.
O Brasil seguia firme,
E os rivais se despediram.
Ademir fez muitos gols,
Foi o artilheiro do ano,
No ataque era um monstro,
Com um toque soberano.
O Brasil se engrandecia,
Rumo ao destino ufano.
A final tão esperada,
Era contra o Uruguai,
O Brasil já era o grande,
Com a vitória que atrai.
Mas o destino incerto,
Traz a surpresa que trai.
O estádio estava cheio,
Duzentas mil vozes soavam,
O Brasil era favorito,
E as bandeiras dançavam.
O jogo começou tenso,
E os times se enfrentavam.
No primeiro tempo, a luta,
Foi de pura contenção,
Mas o Brasil, com garra,
Fez vibrar a multidão.
Friaça abriu o placar,
E acendeu a paixão.
O gol trouxe a certeza,
Que o título ia chegar,
O povo nas arquibancadas,
Não parava de cantar.
O Brasil estava pronto,
Pra vitória conquistar.
Mas o Uruguai não cedeu,
Fez-se forte na batalha,
E num lance inesperado,
Schiaffino corta a navalha.
O empate veio firme,
Deixando o Brasil na vala.
A tensão tomou conta,
Do gigante Maracanã,
O Brasil, que era o dono,
Viu o sonho fugir, então.
Gighia fez o gol fatal,
E calou a multidão.
O silêncio foi profundo,
Um vazio sem igual,
O Maracanã, que antes,
Era pura festa e tal,
Viu a derrota chegando,
Num momento tão fatal.
O país que festejava,
Ficou em pura tristeza,
O Brasil, que era o grande,
Se perdeu na incerteza.
O Uruguai levantou,
A taça com gentileza.
Chamaram de Maracanaço,
Esse dia tão cruel,
O sonho foi destruído,
Com um gosto de fel.
A vitória, que era nossa,
Fugiu como um papel.
Mas o futebol no peito,
Nunca deixa de brilhar,
Mesmo nas quedas da vida,
A vontade de lutar,
Faz o Brasil seguir forte,
Com o dom de encantar.
Se o troféu não foi nosso,
A paixão não se apagou,
O Brasil seguiu avante,
Com o orgulho que restou.
A derrota foi lição,
Que o tempo nos ensinou.
Nos campos brasileiros,
O talento foi guardado,
Pois a força dessa gente,
É no futebol mostrado.
O Brasil sempre renasce,
Mesmo quando derrotado.
O Maracanaço foi,
Um marco na história,
Mas o Brasil não cedeu,
Guardou firme a memória.
E nas Copas que vieram,
Alcançou nova vitória.
A Copa de cinquenta e um,
Foi dor e ensinamento,
O Brasil se preparou,
Para um novo enfrentamento.
Com o orgulho de um povo,
Que vence o sofrimento.
O time seguiu lutando,
E nas Copas que viriam,
Mostrou ao mundo inteiro,
Que as derrotas sumiriam.
Com Pelé e outros craques,
Os rivais se renderiam.
A taça foi perdida,
Mas a história continua,
O Brasil sempre se ergue,
Sob o sol e sob a lua.
O futebol nos redime,
E o futuro se insinua.
No campo da vida dura,
A lição foi bem aprendida,
Mesmo quando a derrota,
Nos causa tanta ferida.
O Brasil sabe se erguer,
Pois sua força é sentida.
Assim, o Maracanã,
Guardou um triste momento,
Mas o Brasil seguiu forte,
Com o futebol, seu alento.
Pois a arte da bola,
É sempre o nosso sustento.
A Copa de cinquenta e um,
Foi de dor e desespero,
Mas o Brasil renasceu,
No futebol verdadeiro.
E nas Copas seguintes,
Mostrou ser o pioneiro.
O país que foi derrotado,
Não se deixou abater,
O futebol brasileiro,
Sabe bem como crescer.
Pois a glória é construída,
Com a vontade de vencer.
Se o Maracanaço ficou,
Na memória e no passado,
O Brasil seguiu em frente,
Com o futuro traçado.
Pois o futebol é vida,
Que nos deixa sempre honrado.