vídeo
Maria Rosário Pinto
E no país em que tudo é relativo, a vida segue por um fio...
1
Caros amigos, leitores!
Olhem só que confusão,
Em que suruba danada
Foram meter o povão.
Parece coisa do demo
Tamanha complicação.
2
Os governos revoltam
Com sua democracia,
Que na miséria do povo,
É pura demagogia.
Parecendo até cinismo,
Falar em cidadania.
3
Dizem sempre: Eu não sabia!
E eu não fui um presepeiro.
Mas, se tem “farinha pouca,
Quero meu pirão primeiro!”
O povo vai se ajeitando,
Talvez saia do atoleiro.
4
E as tais privatizações,
E com o Estado falido,
E vendendo o patrimônio.
O povo vive aturdido.
Sem saber pra onde correr,
Vivendo sempre oprimido.
5
Vamos voltar para o tempo
Com a luz de lampião.
E que afeta nossa vista,
Estraga nosso pulmão.
Tudo como consequência.
Da tal privatização.
6
E no ponto em que chegamos,
Não existe “data vênia!”,
Pois, salvo melhor juízo,
Na cozinha eu uso lenha.
Cada qual faz o que pode,
Da forma que lhe convenha.
7
Para cumprir a medida,
Inventaram uma meta.
No consumo lá de casa,
Parece coisa incorreta.
E bisbilhotando a vida,
De quem anda em linha reta.
8
Até o nosso São Pedro
Recebeu sua incumbência:
Providenciar que chova,
Pela divina clemência!
Assim ficou de plantão
Sem perder a paciência.
9
Ah! Que saudades que tenho
Dos tempos que já se vão.
Toda chuva que caía,
Anunciava o trovão.
Nosso querido São Pedro,
Nem pensava em apagão.
10
Há governantes que olham
Pra saúde do povão.
Mas aqui é diferente
Pois o nosso cidadão
Só é bem visto e lembrado,
Quando chega uma eleição.
11
E sofrendo as ameaças,
Com a saúde abalada.
As famílias constrangidas,
E com a vida isolada,
Aguardam pela vacina,
Para sair desta enrascada.
12
Não se pode ouvir o rádio,
Na corrente é ligado.
Televisão, nem pensar,
O lazer foi controlado.
A gente tem que ficar
No escuro e abafado.
13
E não consigo entender
A tal globalização.
O mundo todo alinhado.
O Brasil na contramão.
Se isto é globalizar...
Fora, a globalização!
14
E veja, as nossas riquezas
São pelo mundo, empenhadas.
Nossas maiores empresas,
Já foram arrematadas,
Em leilões constrangedores,
No país, espoliadas.
15
Sem ter a quem reclamar,
Paga conta exorbitante.
Liga para a Ouvidoria,
Com ouvidos de mercante.
Cansado, o povo desiste,
Do sonho de reclamante.
16
O distante dirigente,
Quando chega a eleição,
Beija o povo ardentemente.
Chega perto da nação.
Foge dela quando vem
O final da votação.
17
O Brasil é sempre jovem,
Como país do futuro.
Vamos chegar à velhice,
Em regime muito duro.
Nossas crianças vivendo
Neste universo obscuro.
18
Até mesmo o futebol,
Já está prejudicado
Com os estádios vazios.
Está tudo controlado.
Para se ganhar a Copa,
O sonho ficou adiado.
19
Do jeito que a vida anda,
Com as coisas escrachadas,
Nossa seleção não ganha,
Nem dos times de peladas.
Só falta agora perder,
As Copas já conquistadas.
20
Nosso país hoje vive
A grande guerra civil.
A violência parece
Ser de pólvora um barril.
A continuar assim,
Morrerão de mil em mil.
21
Os jornais televisivos,
Só trazem a violência.
E não é simples opção.
É somente a consequência,
Do descaso com o povo
E da falta de decência.
22
O povo passando fome,
Sua a barriga vazia.
E já perdeu as esperanças
E também a fantasia.
Pagando pelos enganos,
Com erros em demasia.
23
Mesmo assim, ainda acredito,
Num pais mais limpo e justo.
Sem fome, sem corrupção.
Vivendo longe do susto.
Numa vida igualitária.
Que desconheça o injusto.
24
Sem censuras às leituras
E numa discussão igual.
E governos que assumam:
Educação é vital.
Varrer toda a ignorância.
Isto é fundamental!
25
Pelo que a história nos diz,
Pelo tanto que vivemos,
Não queremos repetir,
Tantos erros que tivemos.
Dias de medo e de dor.
Vivendo sempre em extremos.
26
Quem tem o dom de poeta,
Rimando sente alegria.
O cordel é uma luz,
Que a todos “alumia”.
E não existe apagão
Que apague a poesia.
27
Meu nome? Rosário Pinto.
Fiz questão de ressaltar
As amarguras do povo,
Em momento singular.
Deus! ilumine o poder
Nestes tempos de amargar.
Tags:
cordel