O semeador (Mateus 13:3-9;18-23)
No sertão de minha infância,
Ouvi uma história assim,
De um semeador bondoso,
Que semeava seu jardim.
São palavras de Jesus,
Que nos mostram o caminho enfim.
Falava em parábolas,
Para o povo ensinar,
De um homem que saiu,
A semente a espalhar.
Cada grão, uma esperança,
De um bom fruto a brotar.
Parte caiu no caminho,
Exposta e sem proteção.
Vieram aves ligeiras,
E comeram sem perdão.
Assim, a palavra perdida,
Sem achar no coração.
Outra caiu nos pedregais,
Onde a terra é pouca e seca.
Logo brotou apressada,
Mas o sol logo a afeta.
Sem raiz, secou-se inteira,
A vida breve, se desprega.
Semente entre espinhos caiu,
E tentou sobreviver.
Mas os espinhos cresceram,
E fizeram-na perecer.
Os cuidados e as riquezas,
Não deixaram florescer.
Por fim, a boa semente,
Achou terra de valor.
E cresceu forte e bela,
Com muito fruto e esplendor.
Uns trinta, sessenta, cem,
Recompensa ao lavrador.
Quem tem ouvidos, escute,
Disse o Mestre a ensinar.
Esta é a parábola,
Para a todos transformar.
Cada solo é um coração,
Para a palavra semear.
O caminho é o ouvido,
Que a palavra não entende.
O maligno vem ligeiro,
E a esperança surpreende.
Rouba o que foi semeado,
No coração que não compreende.
Os pedregais são aqueles,
Que recebem com alegria.
Mas na falta de raiz,
Logo chega a agonia.
A palavra não perdura,
E se perde na ventania.
Os espinhos são os cuidados,
Com as riquezas e a ilusão.
Sufocam a boa palavra,
E não há frutificação.
O mundo e suas promessas,
Desviam do coração.
Mas a boa terra é o justo,
Que ouve e compreende.
A palavra cresce firme,
E ao final rende.
Frutos de paz e amor,
Que a alma sempre defende.
Cada um produz conforme,
O seu próprio entendimento.
Uns trinta, outros sessenta,
Cem por cento em crescimento.
A colheita é abundante,
Para quem vive o mandamento.
Jesus nos ensinou assim,
Com simplicidade e amor.
Para que entendamos bem,
A mensagem do Senhor.
A fé deve ser cuidada,
Com dedicação e fervor.
A semente é a palavra,
Que o Mestre a todos trouxe.
O semeador é Deus,
Que a todos conduz e ouve.
Nosso coração é a terra,
Onde a fé se desenvolve.
E na vida do sertão,
Essa lição vale ouro.
Pois plantar e cultivar,
Sempre traz um bom tesouro.
Na colheita, o esforço,
Se transforma em puro louro.
Assim, ouvindo a história,
Nosso coração se abre.
Para que a semente caia,
E a boa terra encabe.
Que a palavra se enraíze,
E nosso espírito sabe.
Cada solo uma lição,
Cada semente um destino.
Que possamos escolher,
O caminho mais divino.
Deixar que a palavra cresça,
E nos guie em seu ensino.
Que os cuidados deste mundo,
Não sufoquem nossa fé.
Que as riquezas e prazeres,
Não nos façam perder a maré.
Pois o Reino de Deus é certo,
Para quem nele se aquecer.
Que nossa vida seja,
Como a terra a frutificar.
Com fé, esperança e amor,
Sempre a semear.
Pois no fim, a colheita,
Será para celebrar.
Jesus, o bom semeador,
Nos deixou essa lição.
Para que a semente boa,
Ache sempre o coração.
E que em terra fértil,
Germine a salvação.
E assim, minha gente,
Termino esta narração.
Com a fé no coração,
E uma grande devoção.
Que a palavra do Senhor,
Nos traga redenção.
Que possamos ser a terra,
Que acolhe com carinho.
A palavra de Jesus,
Que nos guia no caminho.
E ao fim, a colheita,
Será fruto do bom ninho.
Assim é a parábola,
Que nos fala do amor.
Do semeador divino,
Nosso guia e Salvador.
Que a semente de sua palavra,
Brote em nós com fervor.